terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sessão 39 - MORTE NO REIK - WITTGENDORF parte 4


O grupo foge para dentro da floresta negra. Está escuro, as árvores crescem retorcidas e altas, tampando o céu. A luz da lua cheia ilumina vagamente algumas clareiras por entre as árvores. A sensação lembra os montes mortos, porém é muito pior. Melk tem a ideia de seguirem o rio, concluindo que um acampamento ficaria próximo de um rio. Delita com muita perspicácia encontra facilmente uma trilha e segue com o grupo. Ele sempre vai na frente, para averiguar enquanto o grupo espera. Estando tudo certo, ele acena para o grupo seguir em frente. Uma coisa que chama a atenção são fungos que crescem nas raízes e troncos das árvores. Um fungo rôxo, e uma inspeção mais próxima mostra que eles se movem e criam faces humanas em terror em sua superfície. Em um ponto ou outro, alguém tropeça na raíz de uma árvore, mesmo tendo certeza de que, quando pisou, não havia raíz alguma no lugar.
Em um ponto ouvem um rugido, um grito estridente que parece vir de todas as direções, se aproximando. Konrad utiliza sua magia e cria luzes e sons correndo na direção contrária. O grupo vê o vulto de um imenso bestial passar por entre as árvores, na direção das luzes.
Algumas horas caminhando e Delita chega num local que chama a atenção. A vegetação, sombria e retorcida, repentinamente muda para vegetação normal em um área circular. Ele faz uma inspeção e descobre sinais élficos de proteção inscritos nas árvores e conclui que aquele lugar está protegido por espíritos da floresta invocados por algum elfo. Mas outra coisa chama sua atenção. A vegetação rasteira da parte negra da floresta, parece estar entrando na parte normal. Ele reconhece isso pois já esteve nos montes mortos e sabe como é a vegetação rasteira de lá. Algo curioso ocorre, a lua, que estava cheia na parte negra da floresta, está minguante na parte "boa". O que os levam a crer que a região afetada pela warpstone controla até os sentidos da pessoa.
O grupo entra na parte "boa" da floresta. A sensação de terror desaparece e há um sentimento de segurança. Melk diz para tomarem cuidado com armadilhas, pois nessa área com toda certeza haverão algumas. Delita que pegou a trilha perfeita consegue evitar a maioria delas e encontra uma, avisando o grupo para evitá-la. Eles continuam até chegar numa paliçada erguida de forma circular no centro de uma clareira na mata. Eles concluem que esse deve ser o acampamento dos foras-da-lei e se anunciam.
Um grupo de foras-da-lei aparece, rende o grupo e os leva para dentro. Dizendo que eram esperados, mas que precisavam deixar as armas e seguirem sem resistência. Eles são levados até uma cabana no centro do acampamento, quando os primeiros raios da aurora aparecem nos céus.
Renate, Berthold e Helena aparecem para saudar o grupo. Logo depois chegam duas mulheres. Uma totalmente coberta com um manto ornamentado, que possivelmente era uma elfa. A outra, uma mulher alta, com uma presença impressionante se apresenta com o nome de Sigrid, líder dos outlaws.
 
 Sigrid, Sacerdotisa de Taal

Ela disse que Hilda havia avisado que eles chegariam, mas antes de qualquer coisa, iria cuidar dos feridos e alimentar os famintos.
O grupo é tratado e alimentado. Podem descansar um pouco. Quando acordam são chamados para conversar com Hilda, Sigrid e a estranha mulher de manto.
Sigrid conta a história de que era sacerdotisa de Mannan e mulher do prefeito. Sempre vivia na floresta, adorando seu deus e fazendo suas oferendas, procurando ervas e coisas especiais. Um dia, os Wittgenstein vieram e levaram seu marido, 18 meses atrás. Ele nunca mais foi visto desde então. Na fuga, ela matou um soldado e então fugiu para a floresta. Aqui, por acaso, ela encontrou um grupo de elfos da floresta, entre eles estava Liandra Melas Kyr, que apoiou a causa dela, principalmente ao perceber que a floresta estava sendo amaldiçoada por alguma força transmutativa e lhe deu todo apoio para montar um acampamento de refugiados. Desde então, todos que fogem da vila de Wittgendorf são convidados a se juntarem ao grupo, que realiza ataques de guerrilha contra os Wittgenstein. Eles se sentem protegidos dos Wittgenstein e da maldição da floresta. Os homens recebem treinamento de combate dela e de daniel, e treinamento de invasão, furtividade e arco e flecha com Liandra.
Ela interroga o grupo que conta a história. Eles dizem que vieram investigar uma mulher e seu comparsa, respectivamente Etelka Herzen e Teugen, e que eles tinham atividades ligadas às forças do Chaos. Estavam atrás de uma pedra de warpstone que um ancestral dos Wittgenstein, Dagmar, havia trazido para a região e que possivelmente era a fonte de todo o mal que assolava o povo e a terra. Eles se comoveram com a situação da população e estão dispostos a fazer o que for preciso para ajudar as pessoas e conseguir as provas de conexão com o chaos para o qual foram pagos para encontrar.

Liandra Melas Kyr

Liandra conversa em eltharin com os elfos do grupo. Ela compreende que warpstone pode ser uma explicação plausível para o que está ocorrendo mas diz desconhecer que os encantos na floresta não estão contendo o poder que vem de fora. Ela manda o grupo tirar dali imediatamente tudo que estiver amaldiçoado, pois as forças do chaos são astutas e uma vez ali, a localização deles estaria comprometida.
Eles são considerados bem-vindos no acampamento e convidados a participarem da assembléia que ocorreria a noite para decidir o futuro do acampamento.
Hilda traz as armas de volta para o grupo e pede diretamente a ajuda deles. Ela diz que não vê outra maneira de acabar com o sofrimento de todos a não ser acabar com os Wittgenstein e isso só seria possível invadindo o castelo. Mas Sigrid teme pela vida dos seus homens. Como o grupo vem de fora, com outra percepção, se eles puderem fazer um discurso para convencer Sigrid e os homens a decidir por uma invasão, seria a melhor ajuda que eles poderiam dar.

Hilda, Outlaw

A noite chega. A convenção se realiza em torno de uma fogueira ao anoitecer, todos outlaws, com exceção daqueles que fazem patrulha estão sentados em círculo em torno da fogueira, em frente a eles estarão Hilda, Sigrid, Liandra e um homem chamado Daniel.
Hilda se levanta e começa seu discurso. O resumo dos discursos estão a seguir:
Hilda - Os Wittgenstein massacram os aldeões cada vez que um soldado é atacado. Não podemos nos esconder para sempre. Será que estamos seguros dos efeitos da maldição do castelo? Temos de resolver a situação ao invés de vivermos escondidos. Acabar com a tirania dos Wittgenstein ou morrer lutando.

O discurso segue-se de vários aplausos.

Sigrid - (Imponente, todos se calam logo que ela levanta). Ninguém mais que eu deseja acabar com os Wittgenstein. Não se esqueçam que meu marido foi levado para o castelo e ninguém nunca mais o viu. Vi os Wittgenstein matarem meus amigos. Vi eles queimarem a casa de meu irmão. E vi um guarda matar meu cachorro a flechadas. Não, ninguém quer mais a morte dos Wittgenstein do que eu. Mas entre me vingar e morrer inutilmente são coisas completamente diferente. Alguém aí já invadiu um castelo? Hans, você serviu quanto tempo no exército? (Hans fica clado) e você Doris, o que ordenhar vacas irá ajudá-la num cerco de dias ou semanas? A maioria de nós aqui são simples aldeões que nunca participaram de um combate armado. Daniel os tem treinado nas artes de guerrilha e luta armada, mas estarão preparados para morrer ou para ver o amigo morrer ao seu lado? O castelo tem 200 guardas bem-armados. Somos somente 40, com armas feitas a mão, contrabandeadas ou roubadas dos guardas mortos. Senhores, eu já pude ver com meus olhos, quando ainda era uma criança antes de me mudar para Wittgendorf com minha família, o que é um cerco a uma fortificação protegida. Pode durar dias, semanas. Não sabemos que outras forças o castelo tem a sua disposição. Não sabemos se a maldição que afetou suas terras e os mendigos de Wittgendorf poderão nos afetar. Se me perguntarem se eu quero vingança, eu direi: é claro que eu quero. Mas prefiro deixar minha vingança de lado, do que ver meus amigos e irmãos morrem de novo diante de mim.

Segue-se aplausos muito fortes. E o debate prossegue:

Hilda - Você está nos condenando a morte lenta Sigrid. O castelo não tem 200 guardas e você sabe disso.
Sigrid - Como sabe disso? Você já entrou lá? E um castelo não tem somente guardas. Tem a família Wittgenstein, seus cortesãos, seus servos, criados, funcionários.
Hilda - E você acha que eles lutarão pelos Wittgenstein? É claro que não. Eles se juntariam a nós ao primeirosinal de que estivermos na vantagem.

O debate está em chamas. Há um silêncio geral, e Berthold, resolve se levantar para interceder em favor da invasão.

Berthold diz que os Wittgenstein quer acabar com a fé de todos, acabar com a esperança e disseminar forças de decadência e morte pela região. Cada vez que os soldados são atacados, mais pessoas da vila são torturadas e mortas. O castelo continua levando aldeões para dentro que nunca mais são vistos. O castelo não tem mais tanta força como no passado, muitos soldados já morreram doentes e pelo menos dez foram mortos pelo meu grupo. O poder que os protege da maldição que vem de fora pode não protegê-los para sempre e por isso eles precisam se erguer agora, lutar com unhas e dentes e fazer com que 40 homens lutem como se fossem 80.

Há uma salva de palmas. Sigrid diz que entende a preocupação, mas não irá arriscar a vida de ninguém sem ter certeza de que a invasão tenha chances claras de sucesso. Ela diz que o grupo deve decidir ficar e seguir as regras dos outlaws ou partir na manhã seguinte.
O grupo decide partir, mas deixa Helena e Renate, prometendo que voltariam com informações relevantes para convencer Sigrid a invadir o castelo.

O grupo é conduzido pela manhã por Hans, antigo açougueiro da vila que teve a esposa e a filha de quatro anos estuprada pelos soldados. Sua esposa matou a filha na mesma noite e se suicidou logo depois. Ele matou um guarda e fugiu para a floresta, onde foi acolhido por Sigrid.
Kratz, Sargento Wittgenstein

Durante a caminhada, Berserk ouve uma barulho na trilha. O grupo se esconde. Adiante vêm 4 soldados a pé, rodeando o Sargento Kratz em cima de um cavalo negro, segurando uma espécie de bestial farejador, preso numa corrente, amarrado com camisa de força e com máscara de metal tampando tudo até a altura do nariz.
O grupo prepara uma emboscada. Os arqueiros se posicionam e atacam. O farejador avisa os guardas. A luta tem início. Não é uma luta fácil. Kratz enfrenta Grim Jaw diretamente, que chega a correr risco de morte. Konrad o ajuda com suas magias. Sangue mancha a mata. Mas lentamente, os guardas começam a ser vencidos e resta Kratz, que recebe um ataque violentíssimo de Grim Jaw, que praticamente arranca sua cabeça do lugar. Logo antes de morrer, Kratz solta um grito que faz o grupo gelar o sangue com o significado das palavras: "AMAK TU SLAANESH".
Dois guardas estão em estado gravíssimo, mas não mortos. O grupo pega um deles e começa a interrogar. Ninguém tem habilidade em tortura ou interrogatório, mas Melk percebe o prazer em sentir dor que os guardas demonstram e resolve usar uma tática inversa. Pede para Berthold usar sua fé e seus símbolos contra o guarda. Impressionantemente, como alguém possuído por um demônio, o guarda  fica extremamente incomodado e apavorado com as preces de fé de Berthold. Ele diz tudo o que sabe:

- Há somente 45 guardas no castelo
- Há só três meios de entrar no castelo: pelos portões principais, pelo ar e pelo subterrâneo.
“Acredito que vocês não possam voar hehehe Tampouco arriscarão enfrentar as defesas principais do portão hehehhe e com certeza não conhecem ninguém com conhecimento do subterrâneo da região. Em resumo, desistam, vocês nunca conseguirãoentrar no castelo.”
- Ele não tem acesso ao átrio interno do castelo, onde reside a família e os servos. Ele tem acesso somente ao átrio externo, onde ficam a maior parte dos guardas.
- Há umas ruínas no átrio externo, uma antiga parte desativada do castelo, onde vive muitos mendigos, ele já ouviu rumores de que aquelas ruínas dão entrada para uma rede de túneis subterrâneos, mas nunca foi pessoalmente lá para saber.
- O castelo é mais perigoso do que vocês imaginam. Não é só pessoas que podem ser possuídas por demônios.
- Slaanesh é seu deus adorado.

Eles são levados para Sigrid. Alguém do grupo diz para ela, numa boa mentira, que os guardas pretendem atacar em massa o acampamento e que já sabem a localização dele. Sigrid fica inclinada para mudar de ideia, mas diz que o grupo tem a atenção dela agora. Se eles conseguirem criar um bom plano e se certificarem das defesas do castelo e conseguirem colocar os outlaws lá dentro sem que seja preciso um ataque frontal pelo portão principal, ela estará com eles, arriscará seus homens e atacará o castelo.

Portão principal para entrada no Atrio Externo do Castelo

O grupo agora tem uma chance. Eles decidem ir com Hilda até a entrada do castelo para conhecer, pois nunca o viram de perto. Eles seguem floresta adentro até a trilha que sobe e leva ao portão principal do átrio externo do castelo.
Barqueiros do Reik poderiam muito bem se arrepiar quando passam pela sombra escura do sinistro castelo, mas um verdadeiro discernimento (mesmo que seja um incompleto) dentro da total extensão dos horrores que espreitam dentro dele, só podem ser conseguidos por aqueles que ousam se aproximar mais perto. Visível da trilha que leva do íngreme penhasco aos portões de ferro do castelo, há seis gaiolas de ferro, suspensas dos muros do portão-vigia principal. Deles, gestos de mãos febris e vacilantes seguidos de vozes abafadas, duramente audíveis, presas em correntes enferrujadas pedem por ajuda.
Há seis gaiolas de ferro ao todo. Cada uma das cinco contêm um esqueleto ou um corpo apodrecendo. Somente duas delas contêm ainda uma almas vivas, mas num estágio de inanição, sede e decadência muito avançado. São colocados ali, para servir de aviso aqueles que se aproximam e que ousam contrariar as ordens dos Wittgenstein.
Uma sensação de impotência toma conta do grupo que não pode fazer nada pelas pessoas, visto que há arqueiros e besteiros bem posicionados e que poderiam matar qualquer um rapidamente que se aproximasse das gaiolas.
De onde estão, pode-se ter uma visão geral do que significa invadir um castelo. Há uma torre de frente aos portões do castelo, interligada ao corpo principal do castelo por uma extensão do muro com uma passagem para o andar térreo. Os guardas postados ali são capazes de alvejar pelas costas qualquer um que se aproximem dos portões, tornando essa área em frente ao portão numa zona mortal. Sua posição também torna impossível usar
um aríete contra os portões e ainda os cobre de fogo de artilharia. Os muros são altos e lisos, tornando muito complicada uma tentativa de escalada. Se houver uma maneira de invadir o castelo não será pela frente.

O grupo agora está diante de uma das ações mais ousadas e complexas que já enfrentaram: invadir um castelo fortificado.

A única maneira de entrar é da através do complexo subterrâneo, seguindo um possível rumor de que há uma entrada para as ruínas dentro do castelo. Mas quem poderá guiá-los pelos túneis? E porque os guiaria? O que ganham com isso? E que perigos espreita nas profundezas de um local consumido por energias de warpstone? E Slaanesh? Serão os Wittgenstein um culto a esse terrível e depravado deus?

O clímax da aventura se aproxima.

Comentários: A sessão foi muito boa. Teve muitas soluções criativas, principalmente da parte do Melk e graças ao Delita praticamente não houve combates extras. Somente na parte do interrogatório, faltou um pouco de raciocínio e análise dos fatos para tirar as conclusões corretas. No combate, o Grim Jaw normalmente vai com tudo, dessa maneira é questão de tempo até ser vencido. Claro que ele busca a morte, mas seria muito melhor morrer se conseguir levar junto o oponente.




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