segunda-feira, 28 de março de 2011

Sessão 30 - MORTE NO REIK - OS MONTES MORTOS - PARTE 2


Após revistarem o navio e verificarem que ele estava completamente deserto (com exceção de tralhas imundas dos mutantes e bestiais) o grupo segue viagem pelo lago seco de Anondorf, em direção às ruínas da vila de Unberogue.
O sol continuava abrasador. Todos pingavam suor e exibiam cansaço e sujeira em seus rostos e corpos. A travessia pelo pântano era lenta, mas não houve nenhum outro contratempo. Eles sentem que a medida que seguem para o norte, a tensão fica cada vez mais insuportável. Até pisar num galho seco é motivo de sacar as armas e ter as veias entupidas de adrenalina.
 

Ao findar da tarde, o grupo avista as ruínas de Unberogue e se lembram do que Corrobreth disse sobre o lugar:
"Era a vila mais próxima do escarro da lua. Os aldeões decidiram não sair da cidade, no entanto, quando os exércitos do Conde Elector de Talabecland atacaram a região, ao chegar na cidade não encontraram ninguém. Suspeitou-se de que haviam fugido para as montanhas próximas, no entanto, nunca mais foram vistos. A cidade inteira simplesmente desapareceu sem deixar vestígios."
O grupo entra na vila com cuidado, nervos à flor da pele. Observam que Unberogue está num estado muito pior que a vila de Anondorf. O muro da cidade e todas as construções estão em péssimas condições, completamente reduzidas a escombros. A única construção relativamente estável no local, é onde aparentemente era a prefeitura, na extremidade norte da cidade. É uma construção de um andar, mais alta que o normal, com sótão. Não há mais portas e janelas, e o sotão dali é o único lugar onde se pode encontrar algum nível de segurança. Na prefeitura, tudo está em ruínas e vê-se só escombros. Para chegar ao sótão, sobe-se por uma escada de pedra no canto. O piso do sótão é de madeira, em alguns pontos bem apodrecida. Suficientemente forte para suportar um caminhar suave, mas com toda certeza não aguentaria a pressão de luta ou de muitas pessoas em um ponto único. Metade do telhado havia se desabado, mas a outra metade oferecia alguma segurança contra o relento, e a parte aberta permitia um bom campo de visão da cidade.
O grupo arruma pedras e restos de móveis e madeira para fazer uma barricada e decidem passar a noite ali. Konrad, que parecia estar fora do seu normal, talvez embriagado pelos ventos da magia oscilantes e concentrados da região, é contra a barricada. Mas o grupo vai contra ele e decide construí-la. Ele estava contra, mas não conseguia pensar em outra solução.
Enquanto procuram materiais para a barricada, encontram ossos roídos e sujos de sangue coagulado, aparentemente pertencentes a um ser humano morto recentemente. Encontram também o que parece ter sido vestígios de um acampamento montado. O cheiro do lugar não engana. O perfume inconfundível de Etelka toma conta do lugar.
O grupo se cobre com os cobertores, para protegê-los do frio da noite, além de tentar suavizar o odor de seus corpos.
 

A noite chega e segue adiante. Grim Jaw e Berthold fazem a primeira ronda. Próximo da meia noite, o grupo começa a ouvir gemidos distantes, que vão aumentando em proximidade e intensidade. Aos poucos, Grim Jaw começa a ouvir passos e vê de longe a maior manifestação dos poderes pérfidos do chaos: uma legião de mortos vivos vindo na direção da cidade. Berthold entra em pânico e fica paralisado de medo. O grupo acorda com o barulho. Berserk resolve espiar e também fica paralisado de medo, tamanho o terror que tais criaturas causam nos vivos. A vida de aventureiro vale tudo, menos enfrentar mortos-vivos.
As criaturas entram na cidade. Grim Jaw observa com todos os cabelos de seu corpo eriçado. Aparentemente são cadáveres ambulantes de aldeões comuns. E impressionante: eles começam a entrar nas casas, alguns conduzindo ações estranhas, como capinar o chão pedegroso e seco, empurrar restos de carroças sem roda. Aparentemente, estão vivendo a vida que tinham antes de serem amaldiçoados. Um deles, de barba e carregando uma espada entra na prefeitura e senta-se no chão, onde um dia deve ter havido uma mesa. O grupo imagina que se tratava do zumbi do elder da vila.
Grim Jaw observa. Em algum momento, o elder morto se levanta e começa a subir as escadas. O grupo pede para Konrad fazer algo, para pegar o cajado que paralisava mortos vivos e tentar usá-lo contra o zumbi. Konrad, que estava num dia estranho fica relutante, dizendo que o cajado não iria funcionar, e que era para o grupo matar o zumbi. Com insistência, Konrad tira o cajado encontrado no laboratório secreto de Dagmar Wittegenstein, sob o observatório que os anões estavam construindo algumas milhas após Altdorf e fica em pé na porta. O zumbi chega próximo e então fica paralisado. Konrad retira algumas toras e pedras da barricada e percebe que o zumbi está sob o efeito do cajado.
Para a surpresa de alguns, Konrad decide desfazer a barricada inteira, e com a ajuda de Grim Jaw, ficam frente a frente com o zumbi paralisado. Konrad decide abaixar o cajado para ver o que ocorre e o zumbi automaticamente volta a agir. Konrad ergue o cajado de novo e então decide fazer o inesperado. Ataca o zumbi com sua espada, que começa a gemer alto e uma luta ocorre. Grim Jaw o ataca com seus machados, jogando-o inerte escada abaixo, causando grande barulho.
Olhando lá fora, Grim Jaw percebe que todos os zumbis da vila começam a se dirigir para a prefeitura. O grupo percebe que não há tempo de refazer a barricada e decidem se armar e esperar para ver o que ocorre. Konrad decide ficar na frente da porta, com seu cajado erguido. Uma horda de quase quarenta zumbis começam a subir as escadas, indo na direção de carne fresca. Quando alguns começam a se aproximar de Konrad, ficam paralisados. Os que estão atrás, forçam caminho por entre os paralisados, ficando paralisados também. No entanto, o volume de zumbis começam a fazer com que Konrad precise caminhar para trás, abrindo caminho na porta para a horda. Alguns zumbis conseguem escapar dos efeitos do cajado e lutam, Grim Jaw ataca furiosamente com seus machados.
Johan, Berserk, Melk Zedek, Delita e Berthold não conseguem se mover, todos paralisados de medo. Com a morte certa se aproximando, alguns recuperam os nervos e resolvem pular pelo buraco no telhado, até o chão, preferindo se machucar do que perder a vida. Melk Zedek e Berthold não conseguem escapar do medo e são levados por seus companheiros até a abertura no telhado para serem jogados de cima. Melk recupera os sentidos e salta por conta própria. Berthold é empurrado do telhado por Renate, deixando somente Grim Jaw e Konrad, que parecia perceber o fim se aproximando e demonstrando uma coragem acima do normal. Parecia uma embriaguez de coragem.
No entanto, ele não imaginava que o número crescente de zumbis no telhado iria forçar a madeira apodrecida e fazer o piso do sótão desabar sobre o térreo da prefeitura, no meio de uma legião de mortos-vivos famintos que rapidamente o rodeia e ele não é devorado e destruído imediatamente graças a proteção do machado e do anel dado por seu mestre. O grupo decide subir novamente para o sótão, que aparentemente é o local mais seguro da cidade, agora que uma parte inteira do piso desabou. Berserk joga uma corda para Grim Jaw. Delita escala rapidamente e pega sua corda. Berserk também consegue escalar. O restante tenta, mas não consegue e espera que seus amigos joguem as cordas para que subam o mais rápido possível.
Enquanto isso, Konrad mantêm os mortos-vivos ocupados em torno dele, a maioria paralisado, alguns tentando entrar no meio dos pasalisados e ficando paralisados também. Alguns conseguem escapar dos efeitos do cajado, mas caem sob os efeitos do anel, que causa medo neles. Alguns escapam de ambos efeitos e tentam atacar Konrad que se defende como pode, vendo a morte se aproximar.
O grupo começa a subir de volta para o telhado. Quando percebe que todos estão salvos, Konrad começa a se mover em direção ao lado de fora para tentar subir pelas cordas também. A legião o segue, alguns paralisados, outros não, alguns não agindo de medo, e outros não. Pouco a pouco, o volume de zumbis mostra-se maior que as proteções de Konrad e ele começa a sentir as consequências dos ataques. Um dos zumbis consegue vencer as duas proteções e faz um ataque brutal com uma foice, acertando a perna de Konrad e aparentemente atingindo uma artéria, o que iria lhe causar morte certa.
Com as últimas forças, Konrad consegue se agarrar em uma das cordas e é puxado por Grim Jaw e seus amigos. Lá em cima, eles observam o estado de Konrad e pedem para que ele não desista da vida. Mas Konrad, embriagado de medo, diz que não quer mais continuar vivo e prefere morrer a levar uma vida como essa e sonha com sua vida pacata na vila com seu pai. No entanto, Konrad desiste de se entregar e recupera as forças, por coincidência Berthold percebe que a ferida não era tão grave assim e usa suas habilidades e ervas para cuidar da ferida.
O grupo está a salvo, e observa uma legião imensa de mortos vivos rodearem a prefeitura a noite inteira, tentando subir para atacá-los. Eles aguardam o amanhecer. Com a aurora se aproximando, a horda começa a se mover e recuam novamente para as montanhas, desaparecendo antes do nascer do sol. Após terem certeza de que não havia mais nada na cidade, eles descem do telhado um por um. Grim Jaw resolve saltar. O grupo observa admirado pela habilidade e coragem do anão. A admiração dá lugar a vergonha quando ele cai de boca no chão, machucando consideravelmente.
Enfraquecidos, cansados (alguns não conseguiram dormir a noite) e machucados, não tem outra saída, senão seguirem viagem para a bacia do demônio, em direção ao destino que os aguarda.
Seguem viagem sob o sol quente e a vegetação nessa região é praticamente inexistente, há somente, em maior quantidade, o estranho arbusto luminoso que se move sozinho.
 

O tempo passa. Começa a entardecer e o grupo ainda não avista a bacia do demônio. Eles esperam encontrá-la para ter a proteção dos monólitos druídicos. O grupo aperta o passo, mas são atrasados pela baixa velocidade do anão. A noite chega, e o grupo avista ao longe, os monolitos e o lago que acreditam ser a bacia do demônio. No entanto, começam a ouvir gemidos distantes e começam a correr, com todas suas energias em direção às pedras.
Eles chegam lá e observam o local onde o suposto meteoro teria caído e formado uma cratera que mais tarde se transformou num lago. O lago é totalmente rodeado pela vegetação reluzente de arbustos estranhos e os monolitos druídicos cercam o lago. Grim Jaw olha em direção às montanhas e vê algo que fez seu coração gelar, uma legião de milhares de mortos-vivos vindo das montanhas. Dezenas de milhares, cobrindo os montes com seus olhos vermelhos. Renate também olha e fica apavorada. O restante do grupo decide não olhar.
No entanto, a legião não consegue se aproximar das pedras e ficam a uma boa distância e aos poucos começam a recuar de volta para as montanhas.

O grupo finalmente chegou à bacia do demônio e o clímax da viagem está para começar.

Um comentário:

  1. bruno retardado!!!

    destino bem tirado ele mereceu!

    a ideia dos cobertores foi a melhor!

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