quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Os segredos ocultos da família Wittgenstein


Pouco se sabe acerca do passado de Dagmar Wittgenstein. Os registros contam que ele era o patriarca da família e Barão da região de Wittgenstein cerca de 120 anos atrás, no ano de 2400. Ele estudou na universidade de Nuln, onde se interessou por magia e astrologia. Com financiamento do Imperador, construiu um observatório às margens do Rio Reik, próximo a vila de Grunburg, para prestar serviços ao Império. 
O que nem ele esperava, era seu particular interesse em meteoritos que pareciam cair no planeta vindos da lua, de tempos em tempos. Mesmo que a posição da família Wittgenstein estivesse assegurada pela carta patente imperial assinada pela Imperatriz Margaritha em 1979 (premiado em reconhecimento por “serviços de segurança nacional”), Dagmar julgou que seria sábio garantir que nenhum rumor de suas legítimas pesquisas viessem à luz. Dessa forma, seu observatório foi bem equipado com defesas mágicas e sua localização manteve-se secreta, mesmo para o resto de sua família.


Dagmar Wittgenstein


Nesse meio tempo, Dagmar aprofundou conhecimentos nas artes necromânticas e na manipulação do Dhar. Naquela época, as artes negras atraíam a atenção de muitos magos incautos e curiosos.
Alguns anos se passaram. Então, enquanto estava envolvido em uma pesquisa esotérica, diante de muitos tomos que havia conseguido no mercado negro, Dagmar encontrou por acaso um antigo tomo de registros astronômicos no qual a seguinte passagem (datada de 2302) particularmente, atraiu sua atenção:


“Esse ano, na noite do mau agouro de Hexenstag, Mórrslieb brilhou com uma luz verde sobrenatural e sua forma estava como se exibisse uma face sorridente da mais horrível aparência. Os céus foram preenchidos com um grande número de estrelas cadentes e algumas delas pareciam cair sobre a terra que gritava diante de tal assalto. De novo, durante a noite de Geheimnistage, Mórrslieb estava dominante no céu, e o firmamento foi marcado com linhas de luz feitas por estrelas cadentes e meteoritos. Tendo tido a experiência dos eventos anteriores da Hexenstag, fui capaz de traçar o curso de uma estrela cadente particularmente grande, que parecia ter saído da própria Mórrslieb. De acordo com meus cálculos, a estrela deve ter caído em terra nos planaltos de Talabecland, próximo à nascente do Rio Narne.”


Normalmente, Dagmar teria considerado isso nada mais que uma curiosidade astronômica. Entretanto, por uma estranha coincidência, um dia antes ele havia concluído a tradução de um antigo pergaminho escrito na linguagem arcana dos demônios, que agora parecia uma profecia dos eventos registrados pelo antigo astrônomo:


“O tempo virá quando os inimigos do Caos relaxarão sua guarda. Vigiando o que está fora de suas fortalezas, eles não prestarão atenção à sombra em suas costas. Então o Grande Mutatore fará a lua do portal acordar, e a amada de Mórr limpará sua garganta e escarrará sobre as terras do Império. E onde seu escarro cair em terra, os fracos temerão atravessar, mas o possuidor do escarro controlará grande poder.”


Comparando ambos escritos, Dagmar concluiu que o meteorito mencionado nos registros astronômicos deveria ser na verdade um pedaço da lua conhecida como Mórrslieb. Checando suas histórias, Dagmar descobriu que os montes ao redor da nascente do Rio Narn, era conhecidos como os Montes Mortos em torno de 2302 - que coincidiu tanto com a data da queda do meteorito e com a derrota das incursões do Caos: um tempo quando o Império “relaxou sua guarda”, como profetizado pelo pergaminho. O meteorito devia realmente possuir grande poder.
Sem perder tempo, ele se desculpou com sua família e se mudou para Kemperbad, onde ele montou uma pequena expedição de aventureiros para uma jornada através dos Montes Mortos. Ali, contratou os serviços de um anão do clã Haragrin (grandes engenheiros) para construir uma arca de chumbo, metal que segundo os registros, bloqueava os efeitos mutantes da warpstone. A arca foi construída com um mecanismo de abertura especial, e o anão Dwinbar Haragrin, assassinado. De acordo com a lenda, a expedição de 2402 nunca retornou. Na verdade, uma vez que o grupo teve sucesso em localizar o meteorito, Dagmar matou os aventureiros e retornou para casa usando uma rota alternativa com o pedaço da warpstone seguramente guardado e escondido na arca de chumbo. Carregada obviamente por mortos vivos que infestavam a região e eram facilmente controlados por Dagmar.


Dagmar levou a arca para o baronato e a escondeu abaixo do templo de Sigmar, em uma câmara secreta que ele havia construído anos antes (e obviamente, matando os construtores anões). 


Infelizmente, Dagmar não viveu o bastante para colher os frutos de seus trabalhos. Um de seus primos, Hermann, que tinha uma natureza mental instável, achou que Dagmar estava escondendo algo valioso ao se negar em satisfazer sua curiosidade sobre o conteúdo de uma certa caixa que ele havia visto chegar, e o atacou, estrangulando-o até a morte durante o almoço no grande salão do castelo, enquanto o resto da família observava em silêncio atordoante. Desnecessário dizer, o assunto foi rapidamente abafado; Hermann foi confinado em uma cela do castelo e silenciosamente erradicado da memória, assim como a estranha caixa e seu conteúdo agourento.


Com a morte de Dagmar, em 2403 o segredo e a localização da caixa  haviam morrido com ele. Mas, embora escondida, a pedra não foi esquecida e os deuses do caos tem muitas formas de influenciar eventos e alterar o destino.


Após sua morte, a tradicional reputação da família Wittgenstein começou a mudar. Mesmo fechada, a presença da caixa no subsolo do Castelo começou a cobrar seu preço. Em 70 anos, começaram a nascer mutantes entre os membros da família, o que obrigou os Wittgenstein a se exilarem da vida social no Império. Esse exílio, fez com que eles começassem a terem relações inter-familiares, com irmãos e primos, o que fez com que as mutações somente piorassem e em algumas gerações, a família ficou com aparência medonhamente uniforme. Todos pareciam muito uns com os outros.


Além disso, a presença da caixa começou a afetar também a região. Ela era próspera e rica por suas videiras e seu vinho e o porto era um ponto de parada obrigatório para quem cruzava aquela região do Reik. As coisas começaram a ficar mais difíceis, nem todas colheitas vingavam e muitos animais morriam sem qualquer explicação. Os aldeões da época diziam que era a "maldição de Dagmar", dizendo que ele havia irritado os deuses e trazido algo profano em sua última viagem.


A colheita seguinte ao ano que Dagmar trouxe a caixa, de 2404, foi um desastre. As sementes não brotaram e o vinho, mesmo das mais finas videiras ficaram ácidos. Cada ano que se seguiu, as coisas ficaram piores. Os camponeses começaram a deixar a área, aqueles que permaneceram lentamente começaram a passar fome. No entanto, mesmo difícil a vida prosseguia.


Sigrid Wittgenstein


Os anos se passaram. Nasceu a geração de Margritte, filha da baronesa Wittgenstein e de Ludwig Von Wittgenstein, irmã de Gothard Von Wittgenstein e de Kurt Von Wittgenstein. Por um "mero acaso" (como os deuses do chaos gostam de fazer parecer), Margritte Wittgenstein encontrou antigos diários de seu Tataravô, referências à uma certa expedição e começou a se interessar pelos seus conhecimentos. Utilizando seus livros em sua biblioteca escondida, introduziu-se nas artes da necromancia e começou a prosseguir com os estudos e experimentos de Dagmar.


Ela descobriu que Dagmar queria utilizar a pedra para conseguir o respeito da raça Skaven e assim adquirir conhecimentos para dominar a tecnologia de uso da Warpstone. Não foi difícil atrair os homens-ratos. Dizem que um mero pedaço de warpstone pode ser detectado há milhas de distância por shamãs Skaven. Inicialmente, os Skaven forneciam conhecimento em troca de pedaços da pedra. Como ela ficava sempre dentro da arca de chumbo, não havia como os Skaven detectá-la.


Dagmar, com a tecnologia da Warpstone iniciou as pesquisas para a construção de um morto-vivo supremo, com mente suficientemente forte para resistir à dominação necromântica. Esse morto-vivo seria capaz de utilizar a energia da warpstone para se fortalecer e sempre reviver, mesmo se morto duas vezes. Mas as pesquisas de Dagmar haviam somente começado quando ele foi assassinado e então Margritte se interessou em continuá-las.


No ano de 2515, Margritte encontrou o salão secreto sobre o templo de Sigmar. Ao abrir a porta que leva ao salão subterrâneo, a emanação de warpstone que estava presa e acumulada foi liberada e a situação da região piorou. Nessa época, as colheitas morreram, a terra ficou seca e começaram os rumores de nascimento de mutantes entre a população. Até então, somente os nobres, que estavam mais próximos do local da arca é que estavam sendo afetados pela pedra. 


Mesmo com a situação muito ruim, o baronato ainda conseguia sobreviver com as parcas colheitas e animais de criação. Mas em 2518, há dois anos, Margritte, após muitas tentativas e pesquisas, conseguiu descobrir o segredo de abrir a caixa. Quando ela abriu, uma tempestade de magia se iniciou no local, criando um fulcro de energia. A tempestade saiu do castelo e varreu toda a região, levando pó de warpstone aprisionado há décadas para todo o baronato de Wittgenstein. Não houve chuva, somente um vento uivante verde, luzes de relâmpago que pareciam saltar do castelo para o céu e após isso, uma chuva negra.


Essa tempestade de magia alertou os maiores magos do Império, mas somente os Wizard Lords, que sentiram uma grande vibração nos ventos da magia do planeta. Infelizmente, magos do chaos também foram alertados, incluindo os Skaven, o alto Clero de Sigmar e um poderoso mago de uma pequena sociedade secreta chamada Coroa Vermelha de Middenheim: Itzak. (mas isso são informações para a próxima saga kkkk). Como a caixa era muito bem feita, não havia condições de detectá-la ou rastreá-la, e isso fez com que cada grupo (Skaven, clero e coroa vermelha) movessem seus pauzinhos e colocasse pessoas no rastro de Dagmar Wittgenstein.


Desse dia em diante, as poucas plantas que cresciam nos campos se tornaram retorcidas e incolores, até a grama e as árvores se entortaram e ficaram doentes. Os animais e as pessoas também começaram a desenvolver mutações. Há registros de gado de duas cabeças, ovelhas verdes e todos os tipos de doenças entre os camponeses.


A própria Margritte sofreu uma mutação, mas não física, mental. Tornou-se extremamente psicótica. Foi a época em que começou a tirania dos Wittgenstein. Essa fama varreu a região. Vários rumores sobre atrocidades com os aldeões e com visitantes isolou a região do resto do mundo. Mercadores pararam de trocar produtos com a vila de Wittgendorf e a população começou a viver na extrema miséria.


Muitos aldeões venderam tudo o que tinha para comprar comida e acabaram na miséria absoluta, tornando-se mendigos. Margritte começou então a utilizar cada vez mais pessoas em suas experiências com warpstone. Ela os mutilava vivos, injetando e obrigando-os a beber warpstone. Juntando os pedaços que ela julgava serem ideais para a construção do morto-vivo supremo, a maioria falhava e não tinha estabilidade. Margritte os jogava no poço. Alguns conseguiam escapar, mas pulavam do castelo para o rio, preferindo o suicídio do que viver como uma aberração. Nessa época, começaram a ser encontrados terríveis corpos deformados e costurados boiando na região, aumentando ainda mais a terrível fama do castelo.


Para piorar, Margritte aprisionou o médico da Vila Fritz e colocou um Bretoniano de nome Rousseaux, que apaixonado por ela, medicava aos mendigos um licor preparado com pó de warpstone. Margritte acreditava que doses homeopáticas de warpstone nos mendigos, tornava seus corpos e membros mais fortes e resistentes a não se desestabilizarem na experiência de criação do morto-vivo supremo.


Rousseaux não sabia o que era a warpstone, mas sabia que os aldeões e mendigos levados para o castelo eram mortos. Seu contato com warpstone, o modificou também, fazendo com que ele começasse a se tornar um carniçal e adquirisse hábitos gastronômicos canibais. Com a ajuda de outros aldeões que também se tornaram carniçais, ele conseguia corpos das catacumbas para se alimentar, em troca de manter segredo do hábito deles e fazer com que todos parassem de visitar o cemitério.


As experiências de Margritte prosseguiram, e após muitas tentativas, ela conseguiu encontrar as pessoas resistentes o bastante para fornecerem "matéria-prima" para a criação do morto-vivo supremo.


O irmão de Margritte, Gothard Wittgenstein, não sabia das experiências de Margritte, mas sempre quando a visitava, ajudava a torturar e mutilar mendigos e aldeões. Eles eram tão próximos que muitos diziam que faziam sexo, e dessa relação, nasceu Sabattha, uma garota que cresceu em 1 ano o equivalente a 10 e foi sufocada pela própria mãe no quarto onde dormia. Gothard se mudou para Middenheim há alguns, e no ano passado, em 2519, ele visitou a região, trazendo consigo um inteiro culto de adoradores de Slaanesh, que convenceram Margritte a fechar os templos de Sigmar e modificar um, transformando-o num templo de Slaanesh. Gothard enviava para Margritte tudo que ela precisava para suas experiências e pediu para que ela o enviasse seus registros para que ele apresentasse para um culto secreto em Middenheim, e quem sabe, repetir a experiência e obter melhores resultados.


O tempo passou, os aventureiros Berserk, Delita, Grim Jaw, Konrad e Melk entraram em contato com Etelka e foram levados por pistas e visitar o baronato Wittgenstein.
O resto da história vocês já sabem.

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